Criança feliz, Mãe Coruja feliz

É muito comum a confusão entre essas duas condições, até porque ambas envolvem o leite!

Entretanto, são duas condições diferentes e é importante esclarecermos alguns pontos:

Sempre que falamos em alergia pensamos em proteínas. A lactose, por outro lado, é um açúcar. Portanto, não existe alergia à lactose. O que existe é intolerância à lactose e ela ocorrerá sempre que este açúcar não estiver sendo adequadamente digerido.

Nas crianças, a intolerância à lactose é mais comum depois de um episódio de doença diarréica, podendo também ocorrer secundariamente a uma infecção por giardia, por exemplo.

Em adultos, porém, ela é bem mais frequente. Isso ocorre porque os mamíferos, usualmente, só tomam leite enquanto são filhotes. Na raça humana, também é comum haver uma diminuição na produção da enzima que faz a digestão da lactose (LACTASE), à medida que crescemos.

Se temos pouca quantidade de lactase e ingerimos a lactose, o açúcar não digerido será fermentado pelas bactérias que habitam o nosso intestino grosso, causando produção de gases, distensão abdominal, cólicas e fezes ácidas.

A alergia à proteína do leite de vaca costuma ser suspeitada quando estamos diante de um bebê que está bem, ganha peso, mas apresenta rajas de sangue vivo nas fezes. Outras manifestações incluem a doença do refluxo gastroesofágico (neste caso, comumente o bebê não engorda bem e é excessivamente irritado), excesso de cólicas, baixo ganho de peso, lesões de pele. Nos casos de alergia,  mesmo quantidades diminutas da proteína podem causar sintomas, fato que não costuma ocorrer quando há intolerância à lactose.

É importante enfatizar que o leite materno é muito rico em lactose (há mais lactose no leite materno do que no leite de vaca). A retirada do leite de vaca e dos derivados da dieta da mãe não diminui o teor de lactose, porém impede a passagem das proteínas alergênicas deste animal para o leite humano.