Criança feliz, Mãe Coruja feliz
O que é?
É a dificuldade para evacuar ou a frequência reduzida de evacuação, também conhecida por intestino preso ou prisão de ventre.
Temos constipação quando há eliminação de fezes endurecidas (tipo cocô de “cabrito”, em seixos ou cilíndricas com rachaduras), dor para evacuar, sangramento vivo no papel higiênico e/ou eliminação de fezes calibrosas, que entopem o vaso sanitário. Não é incomum haver escape de fezes, deixando a cueca ou a calcinha suja de cocô, fato que, muitas vezes, ocorre sem que a criança perceba que evacuou.
Há alguns períodos mais críticos, em que a constipação aparece mais frequentemente:
- Fase de introdução de alimentos sólidos e/ou de leite de vaca
- Início de atividades escolares
- Período de retirada das fraldas
- Outros períodos de estresse/mudanças/tristeza
Tratando a constipação
Com relação à alimentação é importante lembrar:
- O desmame é um período em que o bebê pode iniciar constipação, porém ela costuma ser transitória, melhorando com o tempo e com uma maior ingestão de água;
- O aleitamento artificial aumenta em 4,5 vezes o risco de constipação, em relação ao aleitamento natural exclusivo ou predominante;
Deve-se encorajar a ingesta de líquidos e de fibras;
- Sorbitol (suco de maçã, pera e ameixa) aumenta a frequência e a quantidade de água nas fezes, porém, é preciso cuidado com a quantidade! O suco não pode passar de 100 ml ao dia.
- A dieta deve ser balanceada, incluindo grãos integrais, frutas e vegetais (feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, milho, pipoca, coco, verduras, aveia em flocos, frutas com casca e bagaço).
- Pode-se utilizar farelos e cereais integrais para o preparo de massas, tortas, pães, bolos e farofas, na proporção de 1/3 das farinhas.
- APLV (alergia à proteína do leite de vaca) pode levar a proctite e colite, com evacuações dolorosas e desencadeamento da constipação.
Quanto às modificações de comportamento, não podemos esquecer:
- É importante ter um tempo para ir ao banheiro, sem pressa, após as refeições principais, aproveitando o reflexo gastro-cólico (nosso estômago avisa o nosso intestino pra ele esvaziar, porque em breve vai vir mais conteúdo!);
- É preciso um tempo mínimo de permanência no vaso, com apoio para os pés, de modo que haja um ângulo favorável entre as pernas e o abdome para uma melhor prensa abdominal;
- Às vezes, a criança tem medo de cair no vaso, sendo importante o uso de redutores de vaso sanitário;
- Aconselha-se um sistema de recompensas, com reforço positivo, porém sem castigos;
- É fundamental que a família seja participativa e bem organizada, com paciência para encarar períodos de melhora e recaídas. O tratamento não costuma ser fácil e nem curto;
- O acompanhamento deve ser frequente!